domingo, 31 de janeiro de 2010

Shut The Fuck Up

Dizem que o silêncio é a maior sabedoria do homem, que é o melhor uso que se pode fazer da palavra e dizem também, que o silêncio nos confessa sem precisarmos de falar; dizem tudo, dizem maravilhas e assombros; mas, afinal, onde está ele?
O conceito desta palavra tem sido traduzido com uma conotividade cada vez mais oposta e distante da verdadeira. Porque se ouve o chilrear dos pássaros e o roçar das águas da nascente nas pedras esverdeadas pelo musgo, já não se está em perfeito silêncio. Porque se ouve os motores dos carros em conflito uns com os outros ou a chuva a embater em persianas semi-abertas, já não se vive num harmonioso silêncio. Este, tornou-se o vácuo que o homem abomina porque hoje, ninguém se cala, todos falam
. Todos falam e ninguém diz nada.
Eu cá gosto do meu silêncio. Gosto de me deitar ao som de Jeff Buckley, aprecio a melodia da ondas, estimo o som dos passos em correria e sobressalto, deleito o estalar intermitente das palmas, bajulo o tilintar dos copos entre brindes de esperança. Gosto assim, deste magnifico silêncio. A inexistência deste ruído intimida-me... amedronta-me; já a ausência das palavras em demasia não.
Quando podíamos perfeitamente ter uma conversa plácida e serena com o olhar, porque falas? Diz-me. Quando sabes aquilo que sinto e aquilo que faço, porque me pedes mais explicações? Porque procuras incessantemente por justificações? Porque não usufruímos apenas da nossa presença, da tua e da minha companhia? Diz-me.
Se soubesses o quanto preciso de ouvir apenas as palavras do meu coração, não estaríamos assim. As minhas conversas tardias e demoradas deixaram de se fazer ouvir, eu já não penso por mim própria e tudo isto deixou de fazer sentido.
Devolves-me o meu silêncio, por favor? Só o peço por momentos indetermináveis. Mas não me fujas, não te escondas de mim, percebe-me só por instantes sem fim.

sábado, 30 de janeiro de 2010

Dirty Little Secret

Toda a gente tem um, não é?

Volleyball Is Becoming My Thing

Toda a gente sabe que tenho uma paixoneta desmedida por futsal e, para meu desalento e infortúnio, este ano o treinador/professor lembra-se de descer o escalão. Tal facto, para além de me deixar furibunda e exasperada porque "sou muito velha para jogar futsal (!)", deixou-me também desmotivada e sem nada, zero, nicles, para fazer. Ora eu, uma desportista incondicional, não poderia deixar que isto me afectasse e optei por continuar a comparecer nos treinos, mesmo sem poder participar nos jogos. Não é que não goste de aparecer por lá, até porque me sinto sempre muito bem depois daqueles treinos; no entanto, precisava urgentemente de competir. Aquele zumzum na barriga, aquela adrenalina e aquele nervoso miudinho, já faziam parte das minhas manhãs de sábado. Então increvo-me no volleyball.
Para meu espanto, os treinos são bem divertidos e, apesar de não estar tão à vontade como estou com a bola no pé, as minhas mãos até controlam a situação. Acreditem ou não, até já fui convocada para os jogos e, aquele desassossego de que falava há momentos, duplica, triplica e quadriplica: por vezes dou por mim a desejar que o "sr professor treinador de volley" não me faça entrar em campo. Mas é inevitável. Os pensamentos negativos invadem-me a qualquer minuto, sinto-me incapaz, inferior e que me querem todas tirar do campo (o que até pode ser uma verdade).
Porém, hoje, mais um sábadozinho de jogo, sinto-me bem. O nervosismo não desapareceu nem nada que se pareça, mas apercebi-me do quanto começo a gostar de jogar.

quinta-feira, 21 de janeiro de 2010

Oh Happy Day

É hoje, é hoje. Mr Tiago Passos faz 18 aninhos! Está feito um homem que, por sinal, já é merecedor de uma entrada no meu blog. Yes!
- Merece mesmo? - perguntam vocês.
- Merece sim, até porque ele é um fã incondicional daqui do meu cantinho, um daqueles fãs que nunca critica, nunca faz troça, nunca me chama "maricas" ou "piquinhas".

“O meu mundo não é como o dos outros, quero demais, exijo demais, há em mim uma sede de infinito, uma angústia constante que eu nem mesmo compreendo, pois estou longe de ser um(a) pessimista; sou antes um(a) exaltad(a)o, com uma alma intensa, violenta, atormentada, uma alma que não se sente bem onde está, que tem saudades… sei lá de quê!”

Florbela Espanca

Ah! Gosto muitoooooo de ti, Passolas!

terça-feira, 19 de janeiro de 2010

Pseudo-athletes

Ainda há momentos fiz troça da dona Eve mas não posso deixar de falar do dia de hoje, o tão famoso dia do corta-mato ou "dia do atletismo". Não queria ter de escrever sobre isso, mas o assunto está a difundir-se na minha pressão arterial de forma alucinante e tenho que partilhar o meu desagrado e abominação com alguém.
O pressuposto desta actividade está em apelar pela prática de exercício físico e pelo espírito desportivo, em criar uma competição (saudável) e, claro, em proporcionar diversão. Em casos particulares, como o meu, também pode servir como argumento plausível a uma nota mais favorável.
O pior, está quando nos deparamos com indivíduos que participam com o intuito de mostrar os seus "equipamentos" que, podiam estar de acordo com o pretendido, caso estivéssemos num desfile de moda ou algo do género. Ainda mais insólito é que em acréscimo ainda podemos vê-"los" a subir todo aquele mato de cotovelo ligeiramente dobrado e mão inclinada. Ora com isto, deixei de dar tanta importância "àqueles" que vão para lá de telemóvel na mão para "teclar".
Enfim. Depois venham perguntar-me pelas razões que me levam a tão desejar sair desta escola.
Tenho sorte porque em tudo o que vi de anómalo e repugnante, houve algo que me entusiasmou de facto. Não, não ganhei a corrida (e isso pouco me interessava, devo dizer), mas tive o privilégio de ver a bons olhos um sujeito que em pouco ou nada se assemelhava a todos os outros pseudo-atletas: um rapaz moreno, com pernas bem tonificadas, olhos perfeitos, corrida invejável e... e mais vale não acrescentar mais nada para não correr o risco de desmistificarem esta minha pequena "obsessão".
Com tudo isto, sinto-me dividida: repetir ou não repetir?

segunda-feira, 18 de janeiro de 2010

Regrevolution

Estava eu aqui a vasculhar os meus desabafos e fui dar com isto:
"Não tenho muito para contar da minha vida, mas até agora tenho uma história. Vi afastarem-se de mim pessoas, vidas, sentimentos e atitudes, modos de pensar e de viver cada instante que me interpela. Houve, e há apenas um sentimento que não se dissolveu com o tempo, não se dissipou com a tua fuga, apartaste-me de uma vontade que nunca poderá ver-se apartada…Sabes, aquele amor que em tempos ambos partilhamos? Aqueles momentos que vivemos? Aquelas palavras que me sussurravas junto do ouvido? Não desapareceram na sua totalidade, continuam em mim, continuam em ti, e eu sei disso. E como tu tens saudades, também eu as tenho. Saudades de tudo o que vivemos e do que não conseguimos viver, de quando cantavas a nossa música, da tua voz, do teu carinho, da tua paixão, da tua inteligência, do teu talento. Saudades de ti quando estavas comigo, de mim quando estava contigo e do futuro que não vivemos. E por isso, seguramente digo que em sentimento não nos afastamos, nunca iremos afastar-nos, é uma das certezas que ainda tenho, a de saber que um “pedacinho” meu vai permanecer sempre em ti. E não, não te vou pedir nada…vivamos apenas de recordações." 22/03/09

É incrível, parece que nunca falei com tanta certeza.
Parece que não passou praticamente um ano desde estas palavras destemidas e motivadas.
Parece que sofri apenas ontem por ti.
Parece que fui a pessoa mais apática do mundo, porque hoje já não te amo. Aliás, parece que nunca te amei.
E parece verdade tudo isto.
Mas não é.

Sofri sempre por ti. Sofri horas a fio por ti. Sofri, sofri, sofri e sinto-me orgulhosa quando penso no modo como te "ultrapassei". Aquelas palavras que dizia a mim mesma todos os dias foram mais fortes do que qualquer sentimento que me induzias só de te olhar, só de te desenhar na minha hábil consciência, só de repetir periodicamente as tuas palavras nos meus ouvidos, só de recriar as tuas mãos meticulosas que esboçavam as mais perfeitas músicas que nos fizeram assim, felizes.
Até há dias, pensava que tinha simplesmente esquecido tudo isto, nem te julgava apagado porque nem me lembrava de ti, ignorava a tua existência da forma mais minuciosa possível sem sequer me dar conta disso. Porque tinha eu de te ver de novo e estragar tudo o resto à minha volta? Parecias ter esvoaço para lá longe, lá longe daqui, do meu pequeno mundinho e, de repente, vi-te aproximares-te de mim, como se voltasses do nada. Porque me fazes isto?!

Nestes momentos parece que nunca te desprogramei de mim.
Parece que te quero mais perto, cada vez mais perto; ao mesmo tempo que te afasto com passos furibundos e envergonhados.
Parece que me alvejaste de novo ao ponto de me fazeres efervescer.
E parece verdade tudo isto.
Mas eu sei que não é.

Segundos depois de sentir o teu olhar a perseguir-me, recomponho-me, tento afugentar a inquietude e o bater do coração e, ao mesmo tempo, dou por mim a matutar: Estarei a evoluir ou a regredir? Terei estagnado?
A verdade é que tenho perfeita noção daquilo que não mais quero, daquilo que não mais desejo, daquilo que não mais ambiciono: tu.



sábado, 16 de janeiro de 2010

She's got it all

Quem diria que esta "menina" tirando a roupa ia ficar assim? Hm?
Agora não tenho dúvidas. Who's America's next top model? Teyonaaaaa

Nonsense Thing

Muitos são os que se questionam acerca da finalidade dos testes intermédios, mas eu não o faço. De certa forma, até concordo que estes reflectem um método eficiente de preparar os alunos para os exames do fim do ano, na medida em que estão nos moldes daquilo que inevitavelmente nos espera.
Até aqui, não tenho qualquer tipo objecção, até porque o que sai nos testes até está muito bem definido. No entanto, agora pergunto-vos:
Teremos nós a matéria exigida leccionada a tempo?
Serão demasiados os conteúdos prescritos?
Ou... Não fazemos nada nas aulas?

[Dada a minha situação numa certa disciplina, chamaria aos testes intermédios uma coisa sem sentido.]

sexta-feira, 15 de janeiro de 2010

Critical Condition

No 1º período o professor de Português sugeriu-nos que participássemos no Concurso Nacional de Leitura. Inicialmente, estava algo relutante, confesso: fico para lá de nervosa quando tenho de falar para muita gente e, por isso, não sou a melhor oradora que possam imaginar. No entanto, decidi arriscar. (E foram muitos os motivos que me levaram a optar por tal "proeza"...)
Enfim. Tive uma prova escrita sobre o livro, e mais um texto e umas coisinhas e pensei que estava tudo despachado desta vez. Mas não. Faltava a apresentação oral.
Só reparei no quanto essa noticia me afectava quando estava a aproximar-se a minha vez de levantar e falar (uns 70 minutos de puro sofrimento). Acho que pensei em tudo e mais alguma coisa. Em momentos, dava por mim a olhar para quem falava, e a não ouvir o que dizia (tenho a certeza que muita gente da minha faixa etária conhece essa... essa... essa inevitabilidade por assim dizer). Olhava de olhos cegos e ouvia o meu cérebro impaciente "Desmaia C..... desmaia. Assim tiram-te daqui!", mas acabei por constatar que o domínio da mente não é assim tão omnipotente quanto dizem por aí.
A minha hora acabou por chegar, mesmo depois de intensos e intermitentes combates contra isso. Eu só disse a mim mesma: "Fala alto para pareceres convicta e segura", e foi isso que fiz. Até fui espontânea, teci uma ou outra "piada" e correu bem. Ou melhor..., hoje descobri que, afinal, correu muito bem: sou uma das três finalistas, unbelievable! O lado mau disto tudo, é que aqueles ataques cerebrais inevitáveis vão reaparecer.
Sobrevirei a mais uma situação critica?!