segunda-feira, 29 de março de 2010

Haunted House

Não podia deixar de partilhar com os meus poucos leitores as minhas peripécias de sábado. Aliás, tenho de contar aqui tudo, pois estou sob ameaça de certos indivíduos aventureiros.
Para começar, devo salientar que para todas as férias (incluindo os dois/três dias de Carnaval), temos todos sempre a brilhante ideia de elaborar um plano: O que vamos fazer? Como vamos fazer? Onde vamos fazer?; e estas férias de Páscoa tais programas não foram, obviamente, excepção. Desta vez, estávamos todos numa mesa do polivalente. A Sam era, naturalmente, a coordenadora de um jogo de cartas já habitual nos intervalos de almoço, enquanto os outros se rendiam simplesmente às suas regras; eu e o César, pouco interessados por um "sobe e desce", fizemos questão de tratar do assunto. Entre as muitas ideias mirabolantes que nos surgiam...:
- Ei, já sei! Estás a ver aquela casa verde de 1917? Assombrada? Podíamos tentar entrar. Era altamente. - diz o César com uma voz extasiada. 
- Opa, cala-te. Este plano é para coisas POSSÍVEIS de fazer! - digo eu em tom de troça, porque já estou habituada às inexequíveis fantasias do César.
Por isso, prosseguimos com as ideias rotineiras: futeboladas no ringue, noitadas no café, horas de cinema, bebedeiras...!
Ora, neste mesmo sábado, começamos pelo exercício no ringue. Depois de um agregado de jogos que quase nos levaram à exaustão, resolvemos pôr pés a caminho até ao mini-preço, de forma a prepararmos a festa que nos esperava no Domingo. No entanto, antes de lá chegarmos, passamos pela casa que o César tanto falava. 
- Uma amiga da minha irmã entrou na casa com as amigas e dizem que aquilo é assustador. Entras e tem, ao fundo, um piano! Vejam lá, um piano.- dizia ele.
E nós, famintos de curiosidade e aventura, idealizamos:
- Por que não irmos à senhora que tem ligação à casa e dizermos-lhe que queremos tirar fotografias para um trabalho sobre antiguidades da região?
E assim o fizemos, ainda que, nesse mesmo instante, o Tabeco tenha desistido e retrocedido em direcção a casa; estando o Queque também algo espavorido. A senhora, muito simpática e receptiva, deixou-nos entrar.
Entrarmos, foi como ultrapassar uma corrida de obstáculos e estorvos, em que estes eram um misto de fezes de galinhas, porcos, vacas, pintainhos, bois, touros, perús, ovelhas, coelhos e cães das mais variadas raças. E quando chegamos, finalmente, a território "assombrado", a senhora deixou-nos à vontade na nossa investigação. 
A nossa curiosidade recaía, como já é de imaginar, no interior daquela enorme casa, e, como tal, procuramos todas as entradas possíveis: a porta principal e uma janela traseira que se avistava entreaberta. De forma a conservarmos a integridade dianteira do palacete, optamos por tentar a sorte na nossa segunda alternativa. Resultado: azar dos azares; havia outra janela por detrás da janela que estava totalmente fechada. Apesar de todos termos ficado desapontados, o César decidiu dar uso aos seus bíceps arduamente trabalhados no ginásio e, num pestanejar de olhos, arrombou a porta principal.
- O César abriu a porta, venham, venham. - chamava eu toda a gente, ainda algo incrédula.
A Sam, a Sara, a Cris e o César quiseram logo entrar, enquanto eu, a Marta e o Queque decidimos ficar cá fora caso a senhora voltasse. Contudo, rapidamente desistimos e entramos também. A casa era enorme, coberta de teias e pó, com ar sombrio e indistinto...; porém, facilmente percebíamos que pertencia a uma família rica. Tinha  três andares e só não visitamos a cave; o corredor tinha um machado, do qual só me apercebi quando saímos, uma gaveta com batóns, uma foto de Francisco Sá-Carneiro (Fundador do PSD); cerca de dez quartos todos desarrumados, repletos de roupas, medicamentos, bebidas alcoólicas, malas e jóias (que não devem ser valiosas, caso contrário já não estariam ali); duas casas de banho; uma sala onde existia um leitor de discos, um álbum de casamento e milhões de fotografias; uma sala de jantar com um mini-bar, mais uma vez inundado por garrafas de alcoól; enfim, uma casa descomunal, com jornais de tempos remotos espalhados por toda a parte. 
Fazia-se tarde, por isso, definimos que já era hora de sair. 
- Temos que descobrir uma maneira de poder voltar a entrar. - sugeria alguém.
E assim foi. O pior, é que aquele caminho envolvia obstáculos como o inicial; ou melhor, não tão nauseabundos e repugnantes, mas que me fizeram chegar a casa coberta de lama.
Enfim, o plano que estava fora dos planos foi, na verdade, o primeiro a ser concretizado.

6 comentários:

  1. ahah digamos que não podiamos ter começado as férias de melhor modo. e ontem não foi excepção, temo-nos divertido imenso! e finalmente, umas férias em condições!

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  2. LOOL se bebeses agua samantha xD

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  3. Bem altas ferias, o Cesar é cá dos meus adoro esperito aventureiro e estou sempre virada para isso... E fiquei ja com inveja,nao pensei que voces se divertiam assim:). Eu ja entrei numa casa abandonada mas a unica coisa que tinha para ver alem das teias de arranhas e alguns bichos pusenhentos era os habitantes daquelas pedras caiadas a barro, ou seja nada mais nada menos que morcegos que voavam sobre as nossas cabeças....

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  4. pois,mas a casa ja ficou sem as garrafas de alcool pq a samantha foi la e levou para casa xD

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  5. so uma coisa... tou para perceber como é que sabias que havia fezes de tantas espécies de animais, e ainda definiste que havia fezes de cães de várias raças, és uma perita em fezes Charlotte.

    Quando tiver problemas de fezes, chamo-te a ti para identificar.
    Assim se por acaso o queque passar algum tempo na minha casa sei se são da Kiara (a minha cadela) ou dele. ahahahah xD

    sam sam ai a noite de domingo xD

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